Ler as estrelas - Fernando Semana
Criança, olhava eu para as estrelas, certa vez,
fascinado, enquanto coisas longínquas e belas,
e disse-me, austera mas terna, a minha mãe:
Não apontes para o céu que te nascem cravos nas mãos.
Amén: nas minhas mãos nasceram cravos...
E assim fiquei analfabeto em estrelês.
Tantos anos volvidos, dou-me a olhar para as estrelas,
Ainda fascinado pelas coisas longínquas e belas,
Com redobrada curiosidade, a querer lê-las,
Mas não sei decifrar o que elas me dizem...
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