Tarde de Agosto - Matias de Lima
Domingo. O sol molesta,
Incendeia o horizonte.
Tocam sinos à festa
Em S. Pedro do Monte.
Num ramo de giesta
Canta um melro defronte.
É poeta: manifesta
O estro de Anacreonte.
Nos fios telefónicos
Andorinhas baloiçam...
Outras cruzam pelo ar.
E risonhos, harmónicos,
Os sinos de há pouco – oiçam! –
Repicam sem cessar.
Matias Lima (Porto, 20 de agosto de 1885 - Porto, 9 de março de 1970)
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