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2014-02-12

SEREIA - Oscar Rosas

(Dedicado a Emíïio de Menezes)

Reparem nesse bronze, veia a veia,
Cornucópia de seios e de escama,
Obra de um japonês, em que o Fusi-Iama
Adora o mar em enluarada areia.

Canta, e essa harmonia nos golpeia.
É duma triste e solitária gama,
Porém aumenta desse bronze a fama
O olhar amortecido da sereia.

Penso que sonha o pólo e o nevoeiro,
E a pálida talhada de um crescente
Num céu de véus de noiva e jasmineiro.

E, como búzio a referver, ressoa
Numa langue preguiça de serpente,
Num êxtase nostálgico de leoa.


in "Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou" de J.G. de Araujo Jorge

Oscar Rosas Ribeiro de Almeida nasceu em Florianópolis, em 12 de fevereiro de 1862, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de Janeiro de 1925.


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