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2014-02-20

Ó ondas do mar salgado ... - António Correia de Oliveira

Ó ondas do mar salgado,
D’onde vos vem tanto sal?
Vem das lágrimas choradas
Nas praias de Portugal.

in Cantigas (Lisboa: Férin, 1902)

António Correia de Oliveira nasceu em S. Pedro do Sul (Beira Alta) a 30 de julho de 1879 e morreu em Belinho (Esposende) a 20 de fevereiro de 1960.

Ler do mesmo poeta, neste blog:
A Despedida
Mãe
O Perfume

A semelhança dos dois primeiros versos do poema Mar Salgado, «Ó mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal!» de Fernando Pessoa, com a quadra acima, valeu a este uma acusação de plágio.
É muito interessante o tema, objeto do estudo Vidé Mar Salgado: Fernando Pessoa perante uma acusação de plágio - José Barreto (ficheiro pdf)

Do referido estudo extrai-se que Pessoa terá em jeito de resposta escrito o poema:

Eu falei no “mar salgado”,
Disseram que era plagiado
Do Corrêa de Oliveira.
Ora, plagiei-o do mar.
Eu sou tal qual Portugal
Faz-me sempre mal o sal
E ando sobretudo com azar.

numa clara alusão a Salazar (sal+azar) também explícita no poema:

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A agua dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só o azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…

também já publicado neste blog (ver António de Oliveira)


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