Por cousas que nan tem cura - João de Meneses
Por cousas que nan têm cura 
hei por mor desaventura 
qualquer dita que me vem,
nem desejo nenhum bem
por nam ver quam pouco dura.
Ditoso de quem viver
livre, fora d'esperança,
digo eu sem no saber,
coitado de quem alcança
ganhá-la para a perder.
Pois tudo tam pouco dura,
seguro que nam segura
nam no quero de ninguém
nem desejo nenhum bem
com despreços de mestura.
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
D. João de Meneses, c. 1460 - Azamor, Marrocos 15 de maio de 1514
















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