SONETO - Maciel Monteiro
Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera a rosa purpurina;
Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual jamais no céu brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;
Formosa, qual se a natureza e a arte,
Dando as mãos em seus dons, em seus louvores,
Jamais soube imitar no todo ou em parte;
Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
Antônio Peregrino MACIEL MONTEIRO, 2.º barão de Itamaracá, nasceu no Recife a 30 de abril de 1804 — m. Lisboa, 5 de janeiro de 1868.
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