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2013-04-05

Reflexos - Ana Luísa Amaral

Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite

E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:

o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,

invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.


In Anos 90 e Agora, uma antologia da nova poesia portuguesa
Quasi Edições

Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa, a 5 de Abril de 1956


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