Sombras que passam - Severiano de Rezende
Com que amargura desabrida e insana
Os olhos volvo ao túrgido passado!
Tanta esperança que se desengana
E tanto sonho vão desperdiçado
E tu, meu doce desvario amado,
Sombra perpetuamente desumana,
Vens com o rosto de lágrimas nublado
Em meio à lacrimante caravana.
Segues, e mais do que todas elas triste,
e mais chorosa do que todas elas,
clamando o amor que outrora não sentiste...
Adeus, loucas visões, brancas e belas,
vindes buscar o que já não existe,
sombras errantes de apagadas telas.
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