Querência, Tempo e Ausência - Jayme Caetano Braun
No cartão de procedência
Pouco importa onde nasci,
Busquei rumo e me perdi,
Querência, minha Querência.
Desde então me chamo ausência,
Porque me apartei de ti.
Como o cavaleiro andante
Das léguas que caminhava,
Sempre que me aproximava
Do sonho correndo adiante,
Mais me sentia distante
Daquilo que procurava.
E neste andejar em frente
Sem procurar recompensa
Fui vendo na diferença
Entre passado e presente
Que a lembrança de um ausente
Tem mais força que a presença.
Quem vira mundo não para,
Nem tão pouco desanima
Há uma lei que vem de cima
Na estrada do Tapejara
O tempo que nos separa
É o que mais nos aproxima.
Já no final da existência
Saudade, tempo e distância
Pra conservar a fragrância,
Da primitiva inocência
Me tornei canto de ausência,
Querência da minha infância
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