Balada de Sempre - Fernando Namora
Espero
a tua vinda,
a tua vinda,
em dia de lua cheia.
Debruço - me sobre a noite
inventando crescentes e luares.
Espero o momento da chegada
com o cansaço e o ardor de todas as chegadas.
Rasgarás nuvens, estradas,
abrindo clareiras
nas sebes e nas ciladas.
Saltarás por cima de mares,
de planícies e relevos
- ânsia alada
no meu desejo imaginada
Mas
enquanto deixo a janela aberta
para entrares,
o mar
aí além,
lambe-me os braços hirtos, braços verdes
algas de sonho
- e desenha ironias na areia molhada...
Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, 15 de Abril de 1919 - Lisboa, 31 de Janeiro de 1989)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Intimidade
Poema Cansado de Certos Momentos
Poema da Utopia
Coisas, Pequenas Coisas
Noite
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