À CASUARINAS DO CEMITÉRIO DE DILI - Alberto Osório de Castro
Sonho escuro dos mortos embalai,
Prece das casuarinas!
Vozes vagas dos mortos, ciciai
Nas folhagens franzinas!
Já no céu, resplandece esmorecendo
A púrpura do dia.
Passa a aragem do pântano gemendo
Na romagem sombria.
Que murmuram as bocas das raízes
Aos mortos a sonhar?
Que lhes dizes, ramagem? Que lhes dizes,
A reza e a embalar?
(Lahane, Timor, Abril de 1908).
in A Ilha Verde e Vermelha de Timor
Extraído daqui
Nota: Casuarinas, é uma árvore, casuarina junghuniana, em Tetun:
Ai-kakeu. Nalgumas zonas, o arvoredo do Kakeu serve para ensobrear os
cafezais; a madeira é usada em postes, vigas e larazes
Alberto Osório de Castro (Coimbra, 1 de Março de 1868 - Lisboa, 1 de Janeiro de 1946)
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