As Férias - Ary dos Santos
Era uma rosa azul de água amarrada
Um palácio de cheiros um terraço
E uma jarra de amigos derramada
Da casa até ao mar como um abraço.
Era a intensa e clara madrugada
Com cigarras dormindo no regaço
E a ampulheta do sono defraudada
No tempo cada dia mais escasso.
Era um país de urzes e lilases
De tardes sonolentas espreguiçando
Um aroma de nardos pelo chão
E bandos de meninas e rapazes
Correndo amando rindo e adiando
A minha inexorável solidão.
Um palácio de cheiros um terraço
E uma jarra de amigos derramada
Da casa até ao mar como um abraço.
Era a intensa e clara madrugada
Com cigarras dormindo no regaço
E a ampulheta do sono defraudada
No tempo cada dia mais escasso.
Era um país de urzes e lilases
De tardes sonolentas espreguiçando
Um aroma de nardos pelo chão
E bandos de meninas e rapazes
Correndo amando rindo e adiando
A minha inexorável solidão.
in O sangue das Palavras
José Carlos Ary dos Santos nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1937 e faleceu a18 de Janeiro de 1984
Do mesmo autor, neste blog:
0 comments:
Enviar um comentário