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2012-11-05

O Pavão Vermelho - Sosígenes Costa

Pavão (ave)

Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, este pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.

Sosígenes Costa (n. em Belmonte BA, 14 Nov.1901 - m. no Rio de Janeiro RJ, em 5 Nov 1968

Ler do mesmo autor:
Chuva de Ouro
Tornou-me o pôr-do-sol um nobre entre os rapazes
Duas Festas no Mar


1 comments:








Luma Rosa

disse...

Fernando, já li algumas poesias de Sosígenes Costa e a maioria, o tema central eram animais, numa profusão de imagens sensoriais, para onde o pessimismo e o sofrimento típicos do existencialismo ateu não têm voz nem vez, abrindo-se, cromaticamente, a uma percepção viva das coisas, onde só os sentidos perecem interessar quanto mais mesclados possam parecer.
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