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2012-09-29

Erro - Machado de Assis

Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Nem foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,
Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vês esquivo,
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.

Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frivolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pêndula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro... Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...

Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS (nasceu no Rio de Janeiro a 21 de Junho de 1839 e aí faleceu a 29 de Setembro de 1908)

Ler do mesmo autor, neste blog:
Minha Musa
Aspiração
Círculo Vicioso
Musa Consolatrix
Menina e Moça


1 comments:








tulipa

disse...

ERROS
todos erramos
quem nunca errou que atire a primeira pedra!

Machado de Assis
cheio de razão.

"Nem foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia."

Palavras tão certas
nalguns casos...

AMIGO FERNANDO
estou triste
porque vim cá há 1 mês atrás
convidar-te para ires aos meus
MOMENTOS PERFEITOS
ver as belas fotos
(modéstia à parte)
do teu maravilhoso PORTO
e tu
não apareceste...
Queria a "Tua opinião"!!!

mas
ainda estás a tempo
de espreitar
as belas fotos do Porto
Sabes?
sempre adorei
a tua foto de capa deste blog
e sempre pensei:
um dia quero fazer uma assim
e fiz...

Votos de uma semana cheia de flores, sorrisos e poesia.