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2012-05-30

Soneto - Mário Lago

Em cena, um músico, um poeta.
Como um mago, e sua magia...
Que com um truque, nos desconcerta,
Revelando uma cadeira vazia...

E ali... O silêncio... Um teatro mudo...
O choro do palhaço no picadeiro...
O tudo do nada, o nada do tudo,
Calando um mundo inteiro...

Porque diante a ribalta,
A sua presença nos falta,
E a tristeza vem se apresentar...

E na cena, se põem a brilhar,
Como dessa forma eu relato,
Deixando vazio o nosso teatro...

Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002)


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