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2012-04-03

Sono - Bueno de Rivera

Inútil fechar com violência as portas. Virá o sono.
A mão impassível cerrará as pálpebras,
Então murcharás como um fruto imprestável.
O abandono cruzará os teus braços no peito,
Os dedos acenderão as velas.
Virá o grande sono, chumbará teus pés.

Quando o sino da manhã chamar, não existirá mais.
Na bruma se apagarão os telefones,
Os recados aflitos, as horas marcadas, os negócios.
O relógio do escritório se diluirá no mundo longínquo dos vivos.
O sono pousará na tua fronte
E acenderá um sonho novo no teu profundo esquecimento.


Odorico Bueno de Rivera Filho, mais conhecido por Bueno de Rivera (nasceu a 3 de abril de 1911 em Santo Antônio do Monte, Minas Gerais — m. 25 de junho de 1982, Belo Horizonte)

Ler do mesmo autor:
Os Destinos Urbanos
Sobre a Tua Cabeça


1 comments:








tulipa

disse...

GOSTEI:
fechar com violência as portas virá o sono,
os dedos acenderão as velas.
Virá o grande sono,
chumbará teus pés.

O relógio do escritório se diluirá no mundo longínquo dos vivos.
O sono pousará na tua fronte
e acenderá um sonho novo no teu profundo esquecimento.

Por isso ADORO POESIA
Fico fascinada com as palavras que se soltam dos dedos dos poetas...

Participei mais uma vez
num evento em que expus algumas das minhas fotos;
foi uma participação colectiva
não conhecia os trabalhos dos outros, nem eles mesmos
mas ADOREI a experiência!

Vem espreitar
mais um MOMENTO PERFEITO.

Flores, poesia e sorrisos.
Beijo meu.