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2012-03-18

BRISA MARINHA - Stéphane Mallarmé

A carne é um tédio, e li todos os livros.
Fugir! Fugir além! Sinto bêbados pássaros
Por entre a desconhecida espuma e os céus!
Nada, nem os velhos jardins nos olhos seus
Retém o coração que nas vagas se deita
Oh noites! nem da minha lâmpada a luz deserta
Sobre o papel vazio que a brancura defende
Nem a jovem mulher que o peito ao filho estende.
Partirei! Vapor que baloiças o teu mastro
Ergue a âncora, segue um exótico rastro!

Um Enfado, por anseios cruéis afligido
Ainda crê no supremo adeus do lenço erguido!
Talvez os mastros, que chamam os temporais,
Sejam desses que o vento dobra sobre finais
Naufrágios, sem mastros, nem ilhas pujantes
Mas ouve, oh coração meu, cantar os mareantes!

(Trad. de Filipe Jarro)
Extraído de Rosa do Mundo, 2001 Poemas Para o Futuro, Assírio & Alvim

Stéphane Mallarmé, nasceu a 18 de março de 1842 em Paris e morreu em Valvins a 9 de setembro de 1898.


1 comments:








tulipa

disse...

...
Vim
deliciei-me
com a BRISA MARINHA!

Fernando
andas desaparecido
sinto a tua falta...

HOJE
...
Meu ultimo post é sobre
MIRÓBRIGA
uma visita que fiz,
no sábado passado e adorei.

Achas que apenas 2 horas ao computador (ordens médicas) chega para eu fazer as pesquisas que faço?
...
o meu blog tem a função de INFORMAR
- PARTILHAR INFORMAÇÃO
que além de servir aos outros, também é muito bom para mim,
vou sempre APRENDENDO ALGO MAIS.
É isso que eu gosto de fazer:
aprender até morrer!
...

A Oeste, desenvolve-se uma faixa costeira, plana até ao mar.

Região húmida, dada a proximidade do Oceano, pode considerar-se como uma zona muito fértil do ponto de vista agrícola,
permitindo também o desenvolvimento da fruticultura, comprovada arqueologicamente em Miróbriga desde a ocupação romana.

Hoje reduzida no Sudoeste alentejano, a produção de azeite bem como a vinícola parece ter sido também abundante no período romano, tendo-se mantido durante a Idade Média e a Época Moderna.

Embora sejam apenas conhecidos alguns vestígios de casas agrícolas na área circundante a Miróbriga, em Alvalade do Sado,
a aproximadamente 20 km,
conhecem-se várias dessas explorações, as uillae, que deveriam pertencer a um conjunto mais vasto de pólos de exploração agro-pecuária, em íntima relação com a grande bacia hidrográfica do Sado.

A teia de relações entre Miróbriga e Sines, a Oeste;
entre Miróbriga e as povoações a Norte (Salacia, Caetobriga?); entre Miróbriga e o Sul
(Ilha do Pessegueiro, Porto Covo, Vila Nova de Milfontes e Odemira) e ainda entre Miróbriga e as zonas do interior, deveria ter-se fortalecido com a dominação latina.