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2012-01-01

Eternamente - Espínola de Mendonça

Quando eu morrer hás-de sentir o vento
a gritar através da noite escura.
- Sou eu, sou eu, que vim da sepultura
protestar contra o nosso afastamento.

Quando eu morrer, se ouvires um lamento
rezado pela brisa que murmura,
sou eu, sou eu, chorando com ternura
a saudade do nosso casamento.

Quando eu morrer, escuta a voz da água
gemendo na vidraça a minha mágoa,
a soluçar, a soluçar por ti.

E se ouvires bater à nossa porta,
abre sem medo, meu amor - que importa? -
- Sou eu, sou eu, que nunca te esqueci.

Francisco Espínola de Mendonça Jr. nasceu a 8 de Fevereiro de 1891 em Ponta Delgada, Açores e aí faleceu em 1 de Janeiro de 1944

Ler do mesmo autor, neste blog: Tarde


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