Sadias virações da madrugada - Francisco Álvares da Nóbrega
Sadias virações da madrugada,
Que as folhas embalais deste arvoredo,
Entrando neste sítio inda mais cedo
Que a dúbia luz da aurora marchetada.
Agora que repousa a doce Amada
Em bençãos de jasmins seu corpo ledo,
Um pouco respirai mais em segredo,
Sádias virações da madrugada.
Respeitai de Marília o sono brando
Nos ramos destes álamos copados.
As subtis asas plácidas feixando.
Tende em morno silêncio os verdes prados,
Durma a causa do mal que estou passando
Enquanto dorme – dormem meus cuidados.
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