Noite - Menotti del Pichia
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As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente
Paulo Menotti del Picchia (nasceu em São Paulo, SP, em 20 de março de 1892, e faleceu na mesma cidade em 23 de agosto de 1988).
Ler do mesmo autor:
Germinal I; Chuva de Pedra; Piedosa Mentira e Clássico.
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