Dualidade - Tomás Padilha
Decifrar-me não tentes: o que sou
está contido em palavras e escombros
harmoniosamente dispostos;
o rosto é apenas a aparência,
meu arsenal
meu exército
Um pobre exército de perdidas batalhas.
Já o vês: sou duplo, na luz e na sombra
trafego entre mim e o outro, o que mente
mas transluz verdadeiro;
é lamentável que assim te fale,
mas não há outra forma.
Armas e esperanças tenho-as escondido
nos escombros que lavro, e não sabes.
São muito perigosas.
Mas não as procure,
para que não me aches
senão onde me encontro como agora,
diante de teu olhar perplexo.
Poema daqui
Telmo Padilha (nasceu em Itabuna, Bahia, a 5 de maio de 1930; faleceu em 17 de julho de 1977)
1 comments:
Luma Rosa
disse...
Do poeta, li o livro: Canto de amor e ódio, que ganhei de presente por conta das comemorações dos 100 anos de Itabuna, terra natal do poeta. Um lançamento que apuarou dentro de 17 pastas, as poesias que compõem o livro. A data para escolha do lançamento, também foi por conta do aniversário do poeta, que se estivesse vivo, estaria completando 80 anos.
Os poemas selecionados são maravilhosos e compensa você adquirir um exemplar!
Boa semana! Beijus,
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