Angústia - Laurindo Rabelo
Quando morta a f'licidade,
A fé expira também!
Saudades de que se nutrem?
Os suspiros, que alvo têm?
Morta a fé, vai-se a esperança;
Como pois, viver pudera
Saudade que não tem crença,
Saudade que desespera?
Onde as graças do passado,
Se altivo gênio sanhudo
O cepticismo nos brada,
Foi mentira, engano tudo?
Em nada creio do mundo:
Ludíbrio da desventura,
A felicidade me acena
Só de um ponto - a sepultura.
Morreram minhas saudades,
E nem suspiros calados
Dentro d'alma pouco a pouco
Vão morrendo sufocados.
Poema transcrito daqui
Laurindo Rabelo (L. José da Silva R.), médico, professor e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de julho de 1826, e faleceu na mesma cidade, em 28 de setembro de 1864).
Ler do mesmo autor, neste blog: A Minha Resolução
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