Rastros - Paulino de Oliveira
De chofre, como rápido meteoro
Que risca as minhas noites mal veladas
Surgem faiscando e fogem apressadas
Coisas que mal compreendo e mal decoro
Lembranças vagas a que em vão imploro
E estendo os braços... coisas apagadas,
Rastros de antigos prantos e risadas
Que debandaram em sombrio coro
É como o lastro dessas caravelas,
Dantes povoadas, de enfunadas velas,
Em que embarquei à busca dos desejos...
Passa um perfume conhecido, vago -
Aura de rotos panos, velho afago,
Rastro de aroma, a ideia dos teus beijos!
in Os dias do Amor, um poema para cada dia do ano; Ministério dos Livros
Francisco Paulino Gomes de Oliveira, nasceu em Setúbal a 22 de Junho de 1864, faleceu em 1914
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