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2011-05-17

A solidão e sua porta - Carlos Pena Filho

Quando mais nada resistir que valha
A pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(Nem o torpor do sono que se espalha)

Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
E até Deus em silêncio se afastar
Deixando-te sozinho na batalha

A arquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
E de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.


Carlos Souto Pena Filho, nasceu no Recife, Pernambuco a 17 de maio de 1928 e faleceu na mesma cidade no dia 1 de julho de 1960.

Poema extraído daqui


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