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2011-05-11

OS ROUXINÓIS - António Fogaça

No meu jardim, num cedro em que a frescura
e a flor da novidade vêm brotando,
pousa, por vezes, um ditoso bando
de alegres rouxinóis, entre a verdura. . .

Quando ali vou, tristíssimo, à procura
de sossego e de luz, de quando em quando,
sinto-os vir e pousar, ouço-os cantando
no doce idílio de uma paz obscura.

E, desditoso, eu lembro com saudade,
último brilho do meu peito ardente,
que assim também, num íntimo vigor,

sobre o flóreo jardim da mocidade,
cantaram na minh'alma alegremente,
como no cedro, os rouxinóis do amor!...


António Fogaça, nascido a 11 de maio de 1863, em Barcelos, e falecido a 27 de novembro de 1888, em Coimbra.


Ler do mesmo autor neste blog:
Desgostosa;
Visão dum leito


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