SONETOS DE ABRIL (VIII) - Ruth Maria Chaves
Pelas veredas lentas desse abril
chegarás, companheiro dos crepúsculos,
e silêncio tão vasto vinga em ti
que o azul retém seus pássaros mais bruscos.
Como ficaste em mim, de mim ausente!
Que constância de ti é meu socorro
agora (é mais que amor) que és dom e és tempo
e de tempo e de adeus se fez teu ouro.
Astro livrado às vastidões, mas fixo
aceso em sombras pelo céu se esbate
teu rosto irreversível, quase um signo,
que além do tempo tange eternidades.
Somos sombras de nós, abris remotos,
e as horas entardecem nos teus olhos.
poema extraído daqui
Ruth Maria Chaves nasceu a 2 de abril de 1934 em Belém do Pará
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