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2011-01-04

Canto de Amor IV - Casimiro de Abreu

Se tu, oh linda, em chama igual te abrasas,
Oh! Não me tardes, não tardes, - vem!
Da fantasia nas douradas asas
Nós viveremos noutro mundo - além!

De belos sonhos nosso amor povôo,
Vida bebendo nos olhares teus;
E como a garça que levanta o vôo,
Minha alma em hinos falará com Deus!

Juntas, unidas num estreito abraço,
As nossas almas uma só serão;
E a fronte enferma sobre o teu regaço
Criará poemas d'imortal paixão!

Oh! Vem, formosa, meu amor é santo,
É grande e belo como é grande o mar.
E doce e triste como d'harpa um canto
Na corda extrema que já vai quebrar!

Oh! Vem depressa, minha vida foge...
Sou como o lírio que já murcho cai!
Ampara o lírio que inda é tempo hoje!
Orvalha o lírio que morrendo vai!...


Casimiro José Marques de Abreu (nasceu no dia 4 de Janeiro de 1839, em Barra de São João, no Estado do Rio, e morreu no dia 18 de outubro de 1860, em Nova Friburgo).

Ler do mesmo autor, neste blog:
A Valsa
Canção do Exílio
O Que é Simpatia
Meus oito anos
Quando ?!...
Clara
Amor e Medo
Minha Alma é Triste III


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