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2011-01-08

Camisinhas para Todos - Mestre Azulão (ou como a poesia pode servir de prevenção de doenças...)

AIDS é uma moléstia
De temeridade imensa
Você vê televisão?
Ouve rádio, lê imprensa?
Não fique aí de joelhos
Tome logo meus conselhos
Para evitar a doença


AIDS não pega no beijo
Nem num aperto de mão
É transmitida no sangue
Através da transfusão
Ou na extração de dente
Se usar de um doente
A agulha da injeção


Criança também tem AIDS
Transmitida pelos pais
Vítimas duma transfusão
Ou farras e bacanais
Mata, avião, trem e carro
Apesar que o cigarro
Está matando muito mais

Você tem uma mulher
Formosa igualmente Lua
Porém não se satisfaz
Ainda quer mulher da rua
Ou transa com a vizinha
Use uma camisinha
Pra não transmitir pra sua


Amantes e namorados
Ouçam bem o que lhes digo
Podem beijar, abraçar,
Chupar da cara ao umbigo
Seja fêmea, seja macho
Só do umbigo pra baixo
É que começa o perigo

Até mesmo os astronautas
Que conheceram grande parte
do Cosmo, em viagem a lua
Mostrando façanha e arte
Viram planetas pequenos,
Usam camisa de Vênus
Antes de chegarem à Marte


Um fazendeiro baiano
Que mora em Alagoinhas
Quando leu pelos jornais
Comprou dez mil camisinhas
Até pra bois e cavalos
Principalmente pros galos
Que transam com mil galinhas

Esse também tem um jegue
Reprodutor violento
E está preocupado
Com a vida do jumento
Vai fazer o jegue usar
Camisa, pra não pegar
AIDS a qualquer momento


Uma garota me disse
Porém me pediu um segredo
Que apesar de donzela
Da AIDS tem muito medo
Vai comprar a camisinha
Pra quando ficar sozinha
Usar na ponta do dedo

Se não criarem uma droga
Que salva a humanidade
A AIDS vai provocar
Uma grande mortandade
Pior que a segunda guerra
De todos os povos da terra
Vai morrer mais da metade


Quando aproximar-se o fim
Diz a sagrada escritura
Vem a desobediência
Guerra, nudez e loucura
O povo em Deus perde a crença
E aparecerá a doença
Que a medicina não cura

O povo está corrompido
No tóxico, sexo, no vício
Ódio, maldade e ganância
Gerando guerra e suplício
O mundo está num vulcão
Com toda população
Na beira do precipício


Satanás plantou no mundo
Sua semente do mal
Inventando toda espécie
de vício sexual
Vem aí por recompensa
Desconhecida doença
Pra destruição total

Não adianta conselho
De pastor, Papo de Roma
Essa geração perdida
Ouve o conselho e não toma
Essa gente corrompida
Vai ser toda destruída
Como o povo de Sodoma


Somente imoralidade
Toma corpo e continua
Mulher de bunda de fora
Na televisão, na rua,
Não existe mais pudor
Pra esses só tem valor
Pederasta e mulher nua

Os nossos filhos não podem
Assistir televisão
Porque em todos canais
Só tem esculhambação
Casal nu e cena louca
Chupando a língua e a boca
Ensinando a perdição


A televisão foi feita
Pra nos mostrar coisa pura
Ensinar aos nossos filhos
Patriotismo e cultura
Porém da roça e a cidade
Só mostra imoralidade
Livre de toda censura

Devassidão, crime e roubo
Televisão tudo tem
Trazidas pelas imagens
Que pros nosso lares vêm
Violência em todo estilo
A criança vê aquilo
Depois vai fazer também


Ensina moça andar nua
Mulher trair o marido
Garota aprender o sexo
Garoto virar bandido
Nessa transação imensa
De crime, tóxico e doença
Deixou o mundo perdido

Deus lá de cima está vendo
Na terra tanta maldade
Permite que aconteça
Uma grande mortandade
Pra esse povo perdido
Devassado e corrompido
Se acabar mais da metade


Está aí o exemplo
Da AIDS com seu efeito
Se espalhando no mundo
Matando a torto e a direito
Diz o rádio e a imprensa
Que essa infernal doença
Não há médico que dê jeito

Os maiores cientistas
Estão tentando descobrir
Um remédio para a AIDS
Parar ou diminuir
Mil esforços estão fazendo
E cada estão vendo
A doença progredir


Testes com milhões de plantas
Fazem nos laboratórios
Sangue e peles de animais
Mas são testes provisórios
Depois de analisados
Não acharam resultados
De cunhos satisfatórios

Estão firmes no propósito
De descobrir num segundo
Uma droga positiva
Que tenha efeito profundo
Enquanto não acontece
A AIDS se estende e cresce
Por toda parte do mundo


E o número de doentes
Todo o dia está crescendo
Uns andando pela rua
Uns em coma, outros morrendo
Por aí tem muita gente
Que está em casa doente
De AIDS e nem está sabendo

Quem é rico gasta muito
Pra mais uns dias viver
Tomando remédios caros
Mas o pobre sem poder
Fica gemendo e chorando
Lá numa cama esperando
Só a hora de morrer


Se descobrirem um remédio
Que cure com resultado
Quem compra é capitalista
Milionário e potentado
Só cura o doente nobre
E o miserável do pobre
Tem é que morrer lascado

É como diz a piada
Do humorista jocoso
Na terra vale quem tem
Por ser rico e poderoso
E diz quando se sacode
Rico vive porque pode
Pobre vive de teimoso


Já dei minha opinião
Ao leitor que me entender
Zombar de ninguém não quero
Uma coisa eu quis dizer
Lembre meu leitor amado
Aquele velho ditado
O pobre vem pra sofrer

FIM
(poema daqui).

José João dos Santos (Mestre Azulão)nasceu em Sapé, Paraíba, no dia 8 de janeiro de 1932.


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