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2011-01-05

As Mãos de Vitalino - Rafael Barros

Vitalino, Mestre Soldado com Bêbado,
s.d. cerâmica policromada 17 x 10 x 4,5 cm
Museu do Homem do Nordeste (Recife, PE)
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
imagem daqui


De Vitalino as mãos eram santas
Que modelaram em barro os nordestinos
E transportaram a dor e os desatinos
Para os bonecos tantas vezes, tantas.

Bonecos mudos, quantas vezes quantas,
Minha alma cega por meus olhos viu?
A tua dor meu coração sentiu
No canto triste que ainda hoje cantas.

Soprou a vida num boneco mudo
Que sem falar, assim, dizia tudo
Dos nordestinos, dos desatinos seus,

Advertência dos que nascem pobres
Pelas mãos rudes que ficaram nobres,
Abençoadas pelas mãos de Deus.

Poema extraído daqui

Rafael dos Santos Barros nasceu em 05 de janeiro de 1932, no Sítio Valentim, em Panelas, no agreste sul de Pernambuco; faleceu no dia 23 de julho de 2009 em Caruaru.


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