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2010-11-26

Mariza escolheu a cidade do Porto para apresentação mundial do seu último trabalho ... e eu estive lá!


Mariza apresentou há algumas horas no Coliseu do Porto, esgotado - bem... à minha esquerda estavam dois lugares vendidos mas desocupados: que desperdício! - o seu último trabalho intitulado Fado Tradicional, em, estreia mundial. O disco é posto hoje à venda.

"Fado Tradicional" é o quinto album de estúdio de Mariza e foi gravado no Lisboa Estúdios, entre Julho e Setembro, pelo músico e produtor Diogo Clemente. Trata-se de um trabalho em que Mariza canta, em tom de homenagem, poetas e fados de sempre que a marcaram desde a infância e junta a eles a contemporaneidade e visão pessoal que a caracterizam.

O cenário do espectáculo, desenhado por Frank Gehri, visou obter uma atmosfera intimista de uma taberna da Mouraria (a taberna do pai) em que desde a infância a cantora aprendeu a apreciar o Fado. Com gente no palco sentado em cadeiras em redor de meia dúzia de mesas, a cantora apresentou-se em tons vermelho e preto.

A fadista é acompanhada por Ângelo Freire (guitarra portuguesa), Diogo Clemente (viola) e Marino de Freitas (viola-baixo).

A noite musical começou com "devagar devagarinho se vai ao longe".

O público aderiu com entusiasmo especialmente quando foi convidado pela excelente intérprete portuguesa a participar em:

«Quem tem, quem tem
Amor a seu jeito
Colha a rosa branca
Ponha a rosa ao peito»


Este trabalho e portanto, também o espectáculo, incluiu um dueto com Artur Batalha, "Promete jura",

Se estás a pensar em mim, promete jura
se sentes como eu o vento a soluçar
as verdades mais certas mais impuras
que as nossa bocas tem pra contar.

Se sentes lá para a chuva estremecida
como desenlaçar uma aventura,
foram ficar por todo a vida, rediz
se sentes como eu promete jura

Se sentires este fogo que me queima
se sentires o teu corpo em tempestade
luta por mim amor, arrisca teima
abraça este desejo que me invade

Se sentes meu amor o que eu não disse
além de tudo o mais que não dissemos,
é que não houve verso que sentisse,
aquilo que eu te dei e tu me deste

(Letra de Maria João Dâmaso e música de Sérgio José Dâmaso)

e ainda temas de autoria de António Botto, Fernando Pessoa, Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro e Diogo Clemente, entre outros.

O alinhamento do disco, que não o do espectáculo, é:

1. Fado Vianinha - Fado Vianinha - (Francisco Viana)
2. Promete, Jura - Fado Sérgio - (Maria João Dâmaso / Sérgio Dâmaso)
3. As Meninas dos Meus Olhos - Fado Alfacinha - (Fernando Pinto Ribeiro / Jaime Santos)
4. Mais Uma Lua - Fado Varela - (Diogo Clemente / Reinaldo Varela)
5. Dona Rosa - Fado Bailarico - (Fernando Pessoa / Alfredo Marceneiro)
6. Ai, Esta Pena de Mim - Fado Zé António - (Amália Rodrigues / José António Guimarães Serôdio)
7. Na Rua do Silêncio - Fado Alexandrino - (António Sousa Freitas / Joaquim Campos)
8. Rosa da Madragoa - Fado Seixal - (Frederico de Brito / José Duarte)
9. Boa Noite Solidão - Fado Carlos Da Maia - (Jorge Fernando)
10. Desalma - Fado Alberto - (Diogo Clemente / Miguel Ramos)
11. Meus Olhos Que Por Alguém - Fado Menor do Porto - (António Botto / José Joaquim Cavalheiro Jr.)
12. Promete, Jura [com Artur Batalha] - Fado Sérgio - (Maria João Dâmaso / Sérgio Dâmaso)

Temas extra da edição especial:
13. Olhos da Cor do Mar - Fado Amora - (João Ferreira-Rosa e Óscar Alves / Joaquim Campos)
14. Lavava no Rio, Lavava - Fado Lavava No Rio, Lavava - (Amália Rodrigues / Fontes Rocha)

Ao ritmo e alegria de Rosa Branca e maiores ovações à interpretação de temas conhecidos da cantora, nomeadamente Cavaleiro Monge e Fado da Primavera interpôs-se trabalhos mais intimistas e emocionados

Meus olhos que por alguém
deram lágrimas sem fim
já não choram por ninguém
- basta que chorem por mim.
Arrependidos e olhando
a vida como ela é,
meus olhos vão conquistando
mais fadiga e menos fé.
Sempre cheios de amargura!
Mas se as coisas são assim,
chorar alguém - que loucura!
- Basta que eu chore por mim.

António Botto

Com passagens conhecidas por:
Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado.

De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida


Houve tempo para um instrumental e para uma interpretação "sem estas modernices de agora", ou seja, sem amplificação.

A apoteose final, depois de palavras da cantora dizendo que passa metade do ano em viagens fora do país: aeroporto - hotel - teatro ; teatro-hotel-aeroporto, e scuts, segundo chiste da plateia, foi com o extraordinário "Ó Gente da Minha Terra".

Este disco será, certamente, mais um sucesso.

Obrigado Mariza!


1 comments:








Luma Rosa

disse...

Gosto muito, Fernando!!
Os lugares vazios... um par! Pensei na possibilidade de duas pessoas estarem muito chateadas por terem perdido o show! Não se perde um show como este gratuitamente!!
Bom fim de semana! Beijus,