Ao Luar - Domingos de Oliveira
Vamos por ruas pejadas de solidões fúteis
e sempre nos acontece voltar mais velhos,
ou cansados, ou vazios, frios, com espelhos
quebrados mil bocados inúteis.
Nada há, nem palavras, que dilua
por um momento este sarro de imagens
gastas de saudades de viagens
em praias que há no lado de lá da lua.
E nem esses cafés que sem ver bebemos
em três golpes mal medidos, sumidos
no sorvedouro da boca, freiam os sentidos
dos ressequidos lábios dos nervos.
A lua, que é tão real à noite, silente,
ilumina o vazio céu, indiferente.
in Devastações e Outros Fastos, poemas escolhidos de Domingos Oliveira, Unicepe, lançado hoje 19 de Novembro de 2010 na passagem do 47º aniversário da Unicepe.
1 comments:
Anónimo
disse...
Obrigado, Fernando.
Abraço,
Rui
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