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2010-10-08

O valioso tempo dos maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,

O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Este texto surge difundido em vários blogs como sendo alegadamente da autoria do poeta brasileiro Mário de Andrade (1893-1945), mas nunca citando a fonte bibliográfica de referência. Noutros ainda surge como sendo de Rubem Alves. Não cremos que pertença à autoria de qualquer destes grandes escritores brasileiros. Apesar disso, dado o meu estado de espírito actual transcrevo-o hoje aqui.


2 comments:








Anónimo

disse...

"Homem, busca a essência, pois se o mundo vai acabar,
o acaso vai morrer, a essência vai ficar".
Angelus Silesius
(traduzido por João Barrento)

Bravo!





Maria Josefa Paias

disse...

.
Obrigada pela sua chamada de atenção para a autoria deste texto, que também me induziu em erro há meses atrás.
O verdadeiro autor é Mário Pinto de Andrade (1928-1990), escritor e político angolano, de nome completo Mário Coelho Pinto de Andrade.
Já fiz as correcções na minha publicação a que acrescentei uma nota e contactei os que, deixando comentário, tinham dito que o tinham publicado ou iam publicar nos respectivos blogues, e tudo graças a si.
Não tive ainda tempo de ver todos os títulos do autor, embora tenha encontrado alguma coisa na Fundação Mário Soares.

Obrigada e abraço.