I A Hora da Prece - Augusto Casimiro
Cale-se a voz do Mar, durmam as ondas mansas,
Também as velas no convés da nau veleira...
Nasça o luar beijando o berço das crianças,
Venha a noite embalar, materna, a terra inteira...
Vento,pára o corcel, apeia-te! (Descansas
Vendo os astros florir...) - Ó alva amendoeira,
Noiva, - penteia ao luar tuas nevadas tranças...
(Parece dia, dia claro, à tua beira!...)
Astros do céu, flori! - olhos que o luar desmaia,
Astros, lírios do céu!... E a noite perfumai-a
De mistérios e Além... (Cala-se ao longe o Mar...)
«Terras de Portugal» (E ponho as mãos... É a hora
Das orações) «Ó céu na terra, ó meu Sol fora,
Pátria das ondas, meu jardim, florido altar!»
in Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI
Augusto Casimiro dos Santos (n. em São Gonçalo (Amarante) a 11 de Maio 1889 — m. em Lisboa a 23 de Setembro de 1967)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Do Primeiro Regresso
O Poeta e a Nau
Sangue de Inês
Velando
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