Das Sonett - August Wilhelm Schlegel
Duas rimas procuro e, num quarteto,
as vou dispondo, em versos bem medidos:
e, em pares, uns por outros envolvidos,
a seguir as repito e as entremeto.
Novos elos de sons, por um terceto
e depois, em segundo, repartidos,
no mais terso dos poemas preferidos,
dão-me a medida e a forma do soneto.
E ele me fala: - Aquele que não gosta
de mim, e julga falsas minhas leis,
dou o silêncio, apenas, em resposta.
Mas vós, que, em poucos versos, penetrastes
meu encanto secreto, alcançareis
a harmonia serena dos contrastes
Paráfrase de Melo Nóbrega
Zwei Reime heiß' ich viermal kehren wieder,
Und stelle sie, getheilt, in gleiche Reihen,
Daß hier und dort zwei eingefaßt von zweien
Im Doppelchore schweben auf und nieder.
Dann schlingt des Gleichlauts Kette durch zwei Glieder
Sich freier wechselnd, jegliches von dreien.
In solcher Ordnung, solcher Zahl gedeihen
Die zartesten und stolzesten der Lieder.
Den werd' ich nie mit meinen Zeilen kränzen,
Dem eitle Spielerei mein Wesen dünket,
Und Eigensinn die künstlichen Gesetze.
Doch, wem in mir geheimer Zauber winket,
Dem leih' ich Hoheit, Füll' in engen Gränzen.
Und reines Ebenmaß der Gegensätze.
August Wilhelm von Schlegel (Hannover, 8 de Setembro de 1767 — Bonn, 12 de Maio de 1845)
Extraído de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
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