Coração (composição 4) - Carlos de Oliveira
Hoje o nosso espaço poético é preenchido recordando a poesia melancólica de Carlos de Oliveira, um dos grandes poetas neo-realistas do século XX da literatura portuguesa, na passagem do 29º. aniversário da sua morte:
Canta na noite, sentimento da terra,
ou morreste, flor estranha?
Há tanto que chove e nós sem lenha,
sem paz e sem guerra.
Há tanto. E eu sei lá bem
se inda persistes,
minha incólume esperança.
Vão-me doendo os olhos já de serem tristes
Vão-me doendo,
que mos turva de sombra o desespero
E escrevendo à luz débil me pergunto
se é a morte ou a manhã que espero.
Carlos Alberto Serra de Oliveira (n. em Belém do Pará, a 10 de Agosto de 1921 e morreu em Lisboa a 1 de Julho de 1981)
Poema extraído de Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora
Ler do mesmo autor, neste blog:
Bilhete Postal
Chave
Carta a Angela
Soneto
Sonnet (English version)
Canto
0 comments:
Enviar um comentário