FRUTO PROIBIDO - Adelino Fontoura
Escravo dessa angélica meiguice
por uma lei fatal, como um castigo,
não abrigara tanta dor comigo,
se este afecto que sinto não sentisse.
Que te não doa, entanto, isto que digo
nem as magoadas falas que te disse.
Não tas dissera nunca, se não visse
que com dizê-las minha dor mitigo.
Longe de ti, sereno e resoluto,
irei morrer, misérrimo, esquecido,
mas hei de amar-te sempre, anjo impoluto.
És para mim o fruto proibido:
não pousarei meus lábios nesse fruto,
mas morrerei sem nunca ter vivido!
Extraído de Páginas de Ouro da Poesia Brasileira, Alberto de Oliveira, H. Garnier, Livreiro-Editor, 1911
Nota: A grafia das palavras foi adaptado ao português corrente
Adelino Fontoura Chaves (n. em Axixá, Maranhão, Brasil a 30 Mar.1859 – m. em Lisboa, Portugal a 02 Maio 1884)
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