Amor, se ua mudança imaginada - Sóror Violante do Céu
Amor, se ua mudança imaginada
é já com tal rigor minha homicida,
que será se passar de ser temida
a ser como temida averiguada?
Se só por ser de mi tão receada
com dura execução me tira a vida,
que fará se chegar a ser sabida?
que fará se passar de suspeitada?
Porém se já me mata, sendo incerta,
somente imaginá-la, e presumi-la,
claro está (pois da vida o fio corta),
Que me fará despois, quando for certa?
ou tornar a viver, para senti-la,
ou senti-la também despois de morta.
in Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora
Sóror Violante do Céu - Violante da Silveira Montesino - (nasceu em Lisboa a 30 de Maio de 1607 e faleceu em Lisboa a 28 de Janeiro de 1693)
Ler da mesma autoria: Que Suspensão Que Enleio
1 comments:
Lúcia Laborda
disse...
Querido amigo; um bbelo soneto! Que importa depois de morta? Amei! Desculpe minhas ausências... mas está compicado escrever, por falta de tempo para fazer o que tanto gosto.
Boa semana! Beijossequal
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