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2010-03-07

Messalina - Castro Menezes (falecido faz hoje 90 anos)

Anelante, a vagar, ébria como uma escrava,
Achou-a um centurião certa noite, na rua
E ambos, a carne em fogo, enlaçaram-se à lua.
Como um casal de leões numa floresta brava.

Rugem de gozo os dois, sob a incendida lava
Do furor que num beijo infindo os extenua,
Deixando-a desgrenhada, exausta, seminua,
Mas feliz no atascal do vício que a deprava.

Desde então, a indagar-lhe o nome e o paradeiro,
Mortas horas da noite, o lúbrico guerreiro,
Abrasado de amor, no lupanar assoma.

Mas a buscá-la em vão, da Urbs pelo antro impuro,
Morrerá sem saber que ele, um soldado obscuro,
Possuíra, em plena rua, a Imperatriz de Roma!


poema extraído daqui

Álvaro de Sá Castro Menezes nasceu em Niterói (RJ) em 3 de Junho de 1883 e faleceu no Rio de Janeiro a 7 de Março de 1920.
Do mesmo autor ler:
Carmen sou eu... aqui me tens, bem perto
Calipso


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