Seus Olhos - Almeida Garrett
Seus olhos - se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou -
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
in Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade; selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria; Terramar
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (n. no Porto a 4 de Fev. 1799; m. em Lisboa a 9 Dez. 1854)
Ler do mesmo autor:
Este Inferno de Amar
Não te amo;
Rosa sem Espinhos;
Seus Olhos;
Destino.
1 comments:
Elisabete Cunha
disse...
Sublime!!!
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