O balanço das eleições autárquicas e algumas curiosidades...

Hoje de manhã foram muitas as pessoas que me felicitaram dando parabéns e eu tive bastante dificuldade em convencer-me que não pertencia a nenhuma lista de candidatos às eleições autárquicas. Será que fui eleito sem saber? Afinal não. Tratou-se apenas de hoje ter completado o 52º. aniversário da existência. Então vamos lá ao balanço! Dos 52 anos de existência? Ora, claro que não, aí não estaria imbuído da necessária independencia de análise...

Vamos ao balanço dos resultados das eleições autárquicas... isso sim!

Temos Felgueiras sem Felgueiras, Marco sem Avelino e Matosinhos sem Narciso, mas Gondomar com Valentim e Oeiras com Isaltino, assim ditaram os resultados das eleições autárquicas de ontem.

Do ponto de vista dos resultados gerais o PS ganhou porque teve maior número de votos e ganhou mais câmaras do que nas autárquicas anteriores (131 contra 109). Para além disso ganhou a Câmara de Lisboa, a individualmente mais importante.

Ganhou também o PSD porque foi o partido que ganhou maior número de municípios (139), apesar de ter perdido terreno relativamente há quatro anos atrás (menos 18).

Já a CDU queixa-se do “árbitro” no “jogo alentejano” porque tendo mais votos do que nas eleições anteriores, como no caso de Beja, perdeu em número de Câmaras. É que segundo o discurso oficial a oposição fez “batota” concentrando os votos no PS para arredar os comunistas do poder. Manteve Setúbal e Almada (neste caso contra Paulo Pedroso que deveria ter concorrido a uma Câmara mais... pequena). Ainda assim verificou-se uma mudança ganhadora de três municípios para a CDU (Alpiarça, Alvito e Crato), mas em termos líquidos perdeu quatro. Entre as derrotas, para além da sede de distrito Beja, perdeu a mítica Marinha Grande, Sines, Vila Viçosa, Aljustrel (onde o infeliz ministro Manuel Pinho fora entregar cheques ao clube local…) e Monforte no distrito de Portalegre.

O CDS/PP também diz que ganhou! Mantendo uma única Presidência da Câmara (a de Ponte de Lima no distrito de Viana do Castelo) subiu em número de mandatos e de votos, se quantificarmos os 20% que resultam do acordo pela presença nas coligações com o PSD (aqui já entram critérios contabilísticos…- serão IAS ou SNC?).

Já o Bloco de Esquerda anunciou a imaturidade em provas futebolísticas regionais - dá-se melhor em jogos de dimensão nacional ou internacional- (nada disso, isto não é um artigo sobre futebol!), corrijo, em eleições para o poder local e diz que tem muito a trabalhar em termos de implementação local. Manteve, mediante uma lista de independentes concorrente através do partido, a Câmara de Salvaterra de Magos mas não conseguiu a eleição desejada de vereadores nas Câmaras do Porto e de Lisboa….

Fica ainda o registo da vitória esmagadora de Filipe Menezes em Vila Nova de Gaia (com cerca de 62% e ganhando em todas as freguesias!) que logo anunciou que se deveria extrapolar (ou deveria ter-se extrapolado) a táctica para o campeonato nacional, isto é para as eleições legislativas…

Significativas também as derrotas das mulheres PS Elisa Ferreira no Porto e Ana Gomes em Sintra. Ganharam os PSD vigentes Rui Rio e Fernando Seara respectivamente. O povo não gosta de “importações” da Europa para os concelhos - o Ministro das Finanças que até é do PS agradece porque assim o déficit da balança externa não se agrava… - e elas que se deixem ficar com as “gamelas”…

A nota de tragédia destas eleições ficou localizada em Ermelo, concelho de Mondim de Basto, onde um dos candidatos, ao que se suspeita, assassinou o marido de uma candidata rival.

Termino com o resultado eleitoral mais renhido: em Mesão Frio o candidato socialista ganhou por uma diferença de oito votos frente ao candidato do PPD/PSD ( 1784 contra 1776)! Não teria valido a pena convidar os irmãos para um almoço extensivo aos sobrinhos, namoradas(os) e demais familiares e a seguir irem todos votar?