Cântico: A Incógnita - Joaquim Manuel de Macedo
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(...)"Quem és tu, dize, formosa,
Que trazes figura humana?
És de espécie mais soberana,
Mais perfeita, mais mimosa?
Ou já foste acaso rosa,
Que pela brilhante cor,
Pelo aroma encantador,
Quis o gênio da ternura
De mulher dar-te a figura
Para triunfo de amor?
Quem és tu para ser tão bela,
E ter tão ardente olhar?
Devo-te acaso julgar
Do éter lúcida estrela?
Teus arcanos menos zela,
Dize, pra sossego meu,
Serás tu anjo do céu,
A quem o vôo faltou,
E que na terra tombou
Lá do alto empíreo?"
Disse; e suspiros saltam-me dos lábios...
Vejo encovar-se galantinho riso
Da bela em rubra face...
Juro amá-la... ela treme... corre... foge!...
Céus! e seu nome?... — Mas qu'importa um nome?...
Eu sei que adoro um anjo.
Joaquim Manuel de Macedo (nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro a 24 de Junho 1820; m. no Rio de Janeiro,(cidade), Rio de Janeiro em 11 de Abril 1882)
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