Silêncio! - Alfredo Brochado, no 60º. aniversário do desaparecimento do poeta
Poente - foto de Reynaldo Monteiro
Foi-se na cor deste poente alado
O teu amor e o meu perdidamente.
Deixá-lo ir dormir eternamente
Como um sonho que mal fosse sonhado.
Deixá-lo ir assim, sem um pecado,
Dos outros este amor tão diferente.
Deixá-lo ir na luz deste Poente
O nosso amor meu Deus, tão desgraçado!
Deixá-lo ir assim ao fim do dia,
Como luz de penumbra ou sacristia,
Como flor que murchou sem um lamento.
Deixá-lo ir o meu amor enfim!
Deixá-lo ir meu Deus! Longe de mim
Que durma em paz no grande esquecimento
Extraído de Obra Poética de Alfredo Brochado, Edição de José Carlos Seabra Pereira, Lello Editores
Alfredo Monteiro Brochado (n. em Amarante a 3 de Fevereiro de 1897 e suicidou-se em Lisboa a 16 de Maio de 1949).
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