Recordando Augusto de Lima na passagem do 150º aniversário do seu nascimento
A Um Otimista
Pensas que são inteiramente nossos
nossos corpos de argila? Não no creias.
Para reter a vida, em vão anseias:
dela não guardarás sequer destroços.
Não tens, fingindo de herdeiro dos colossos,
destinado a guardar coisas alheias,
nem o sangue que corre em tuas veias,
nem a sutil medula de teus ossos.
Uma voz noutra voz reproduzida,
reproduzindo antiga voz perdida,
o eco responde a voz – eco também...
Riste da sombra que refletes? Ri-se
também de ti a sombra: – quem te disse
que não és – olha atrás! – sombra de alguém?
Antônio Augusto de Lima (n. Nova Lima, então Congonhas de Sabará, a 5 de Abril de 1859; m. Rio de Janeiro, 22 de Abril de 1934)
Esperança e Saudade
Serenata
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