Poema - Rolf Dieter Brinkmann
Paisagem destruída, com
latas de conserva, as entradas das casas
vazias, o que há lá dentro? Aqui cheguei
à tarde, de comboio,
duas panelas atadas
ao saco de viagem. Agora deixei
para trás os sonhos que sopram
nyuma encruzilhada. E pó,
pavana fragmentada, néon
morto, jornais e carris,
este dia, que me resta agora,
um dia mais velho, mais afundado e morto?
Quem é que disse que a isto
se chama vida? Eu retiro-me
para outros tons de azul.
Trad. João Barrento
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Rolf Dieter Brinkmann (n. 16 Abr, 1940, Vechta, Alemanha - m. 23 Abril 1975 atropelado por um automóvel em Londres)
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