Carnaval - Paulo Colina (na passagem do 59º. aniversário)
Nossas bocas costuradas,
ponto a ponto,
com o fio delgado e transparente
da baba do engodo.
Capuzes pálidos de um medo compreendido,
desfilam cantando que o samba não tem cor.
E louvamos a liberdade
em enredos,
enquanto ao nosso lado
as sombras tremeluzentes
de todos os nossos avós
lutam para avivar
em nossa memória distraída
a chaga da sempre diária Quarta-Feira
de Cinzas.
Precisamos,
sim,
pendurar atrás da porta
esta fantasia transada
de paciência
que escora com alegorias
os nossos abrigos febris
até fevereiro do próximo ano.
Paulo Eduardo de Oliveira (Paulo Colina) nasceu em Colina, interior paulista, no dia 9 de março de 1950. Faleceu em 9 de outubro de 1999
ponto a ponto,
com o fio delgado e transparente
da baba do engodo.
Capuzes pálidos de um medo compreendido,
desfilam cantando que o samba não tem cor.
E louvamos a liberdade
em enredos,
enquanto ao nosso lado
as sombras tremeluzentes
de todos os nossos avós
lutam para avivar
em nossa memória distraída
a chaga da sempre diária Quarta-Feira
de Cinzas.
Precisamos,
sim,
pendurar atrás da porta
esta fantasia transada
de paciência
que escora com alegorias
os nossos abrigos febris
até fevereiro do próximo ano.
Paulo Eduardo de Oliveira (Paulo Colina) nasceu em Colina, interior paulista, no dia 9 de março de 1950. Faleceu em 9 de outubro de 1999
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