Élis (3ª. versão) - Georg Trakl
1.
Perfeito é o silêncio deste dia dourado.
Sob velhos carvalhos
Apareces. Élis, imagem de paz com olhos redondos.
O seu azul espelha o sono dos amantes.
Na tua boca
Emudeceram os seus suspiros rosados.
À noitinha, o pescador puxou as pesadas redes .Um bom pastor
Leva o rebanho pela orla da floresta.
Oh, que justos são, Élis todos os teus dias!
Leve, desce
Por muros desolados o silêncio azul da oliveira,
Morre o sombrio canto de um ancião.
Uma barca de ouro
Baloiça, Élis o teu coração na solidão do céu.
2.
Um suave toque de sinos ecoa no peito de Élis
À noitinha,
Quando a sua cabeça se afunda na almofada negra.
Um veado azul
Sangra baixinho no mato de espinhos.
Uma árvore castanha ergue-se solitária;
Caíram dela os seus frutos azuis.
Sinais e estrelas
Afundam-se de mansinho no lago da tarde.
Para lá da colina chegou o inverno.
Pombas azuis
Bebem de noite o suor gelado
Que corre na fonte cristalina de Élis.
Eternamente, ressoa
Nos muros negros o vento solitário de Deus.
Trad. João Barrento
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Georg Trakl (nasceu em Salzburgo, Áustria, 3 de Fevereiro de 1887 - morreu na Cracóvia, Áustria, 3 de Novembro de 1914)
Perfeito é o silêncio deste dia dourado.
Sob velhos carvalhos
Apareces. Élis, imagem de paz com olhos redondos.
O seu azul espelha o sono dos amantes.
Na tua boca
Emudeceram os seus suspiros rosados.
À noitinha, o pescador puxou as pesadas redes .Um bom pastor
Leva o rebanho pela orla da floresta.
Oh, que justos são, Élis todos os teus dias!
Leve, desce
Por muros desolados o silêncio azul da oliveira,
Morre o sombrio canto de um ancião.
Uma barca de ouro
Baloiça, Élis o teu coração na solidão do céu.
2.
Um suave toque de sinos ecoa no peito de Élis
À noitinha,
Quando a sua cabeça se afunda na almofada negra.
Um veado azul
Sangra baixinho no mato de espinhos.
Uma árvore castanha ergue-se solitária;
Caíram dela os seus frutos azuis.
Sinais e estrelas
Afundam-se de mansinho no lago da tarde.
Para lá da colina chegou o inverno.
Pombas azuis
Bebem de noite o suor gelado
Que corre na fonte cristalina de Élis.
Eternamente, ressoa
Nos muros negros o vento solitário de Deus.
Trad. João Barrento
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Georg Trakl (nasceu em Salzburgo, Áustria, 3 de Fevereiro de 1887 - morreu na Cracóvia, Áustria, 3 de Novembro de 1914)
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