Centenário do nascimento de Dalcídio Jurandir
Chove nos campos de Cachoeira
E Dalcídio Jurandir já morreu
Chove sobre a campa de Dalcídio Jurandir
E sobre qualquer outra campa
A chuva não é um epílogo,
Tampouco significa sentença ou esquecimento...
(Carlos Drummond de Andrade)
O Romancista da Amazônia, teve uma actividade profissional como jornalista e vencendo o concurso literário instituído pelo jornal Dom Casmurro e a editora Vecchi com Chove nos Campos da Cachoeira partiu para uma carreira literária de grande significado.
Entre outros, foi-lhe atribuído o Prémio Luíza Cláudio de Souza, do Pen Clube Brasil, e em 1972 pelo conjunto da sua obra recebeu o prémio Machado de Assis instituído pela Academia de Letras Brasileira.
Dentre os livros escritos por Dalcídio Jurandir está a série “Extremo-Norte” que contempla para além do acima citado “Chove nos Campos de Cachoeira”, “Marajó” (1947), “Três Casas e um Rio” (1958), “Belém do Grão-Pará” (1960), “Passagem dos Inocentes” (1963), “Primeira Manhã” (1968), “Ponte do Galo” (1971), “Os Habitantes” (1976), “Chão dos Lobos” (1976) e “Ribanceira” (1978); a série “Extremo Sul”, incluiu “Linha do Parque” (1959).
Foi membro do Partido Comunista desde 1935 tendo sofrido perseguições e passado alguns meses preso em 1936 e 1937.
A prefeitura de Belém homenageia o autor, dando seu nome a uma praça pública naquela cidade.
O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Dr. Israel Klabin, deu seu nome a uma rua no Condomínio Riviera dei Fiori, na Barra da Tijuca.
Em Ponta de Pedras, sua cidade natal, há uma escola com seu nome.
Em 2008, o Governo do Estado do Pará instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir.
Prossegue: “Dalcídio Jurandir é um escritor admirável. Disciplinadamente, ele construiu, com os tijolos moldados no barro marajoara, uma obra ímpar na literatura brasileira. São cinqüenta anos de trabalho que se espraiam de 1929 (data provável da primeira versão de Chove nos campos de Cachoeira) a 1979 (quando veio a falecer no Rio de Janeiro).”
Transcrevemos, de seguida, um excerto de Chove nos Campos de Cachoeira:
- Seu Eutanázio, pelo amor de Deus vá tirar esta blusa. Valhame Deus!
A nuvem de chuva crescia. Os campos escureciam ao largo como se fossem um mar no mau tempo".
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