Um Jovem Camarada - Alberto de Serpa
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Meu Camarada moço,
— Lidos os teus poemas,
Dizer-te que não temas
Dar-lhes fogo, a morte, o esquecimento,
Se queres a Poesia,vai para ela
Puro, desnudo, de ímpeto violento,
Como para a mulher
Em que parou teu sonho, — se és o seu.
Vai, como ela te quer.
Mas se outra chama inflama o teu amor,
Se outro sonho tão belo te rendeu,
Tem a coragem nobre de depor
Os versos que não são teu instrumento.
Toma outras armas mais condizentes.
Não, a Poesia não a violentes!
Deixa os versos ao vento ...
Alberto de Serpa Esteves de Oliveira (nasceu no Porto a 12-12-1906, m. 8 de Outubro de 1992)
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