Último Apelo - Filinto de Almeida
Não mais a minha Musa me obedece
como sempre, contente, obedecia;
de tudo que eu suplico ela se esquece,
como jamais outrora se esquecia.
É eu, que lhe peço? Apenas que não cesse
de me florir os campos da Poesia,
de me acender a chama que me aquece
para os estos da minha Fantasia.
Faço-lhe agora um último pedido:
é que me assista, quando o fim chegar
deste seu velho Poeta combalido;
que, quando a Morte me vier buscar,
com voz me encontre, plácido, estendido,
sobre um leito de nuvens - a cantar!
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