CRUEL - Vespasiano Ramos
Ah, se as dores que eu sinto ela sentisse,
se as lágrimas que eu choro ela chorasse;
talvez nunca um momento me negasse
tudo que eu desejasse e lhe pedisse!
Talvez a todo instante consentisse
minha boca beijar a sua face,
se o caminho que eu tomo ela tomasse,
se o calvário que eu subo ela subisse!
Se o desejo que eu tenho ela tivesse,
se os meus sonhos de amor ela sonhasse,
aos meus rogos talvez não se opusesse!
Talvez nunca negasse o que eu pedisse,
se as lágrimas que eu choro ela chorasse
e se as dores que eu sinto ela sentisse!...
Joaquim Vespasiano Ramos (n. em Caxias, Maranhão a 13 Ago. 1884; m. em Porto Velho, Rondônia a 26 Dez. 1916)
Ler do mesmo poeta Ânsia Maldita
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